Garoa
Garoa no asfalto
Como fumaça em meus pulmões
Deságuam nos mórbidos esgotos;
Devastadas cidades
Encontram – se assim.
Eu sem mim, até que em fim
O fim nem era assim, como será o fim!
Chuvas torrenciais
Presentes de natal
Esse ano não quero enfeitar a árvore,
Luzes preto e branco
Céu cinza, noites coloridas
Neon das boates ao glamour das doçuras
Linda vida bandida,
Ela nem é tão linda assim.
Me perdi procurando você
Me encontrei procurando em mim.
A chuva escorre em meu rosto
Por ora sinto, outrora não sinto
Doceta a asceta
Andando em círculos;
Garoa no asfalto
Como fumaça em meus pulmões,
Desaguando em um mar de ilusões,
Me encanto com suas lindas canções
Posso dormir e acordar
Mesmo que amanhã chova
Por mais que eu sinta que o sol não vai raiar
Sei que logo você volta.